segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Cinema!

Não li o livro, mas já o J. já me tinha falado da intensidade.
Saiu agora em filme e decidimos ir ver. É forte!! E as criticas foram durissimas com o filme. Mas realmente é um filme que nos faz pensar, não na cegueira em si mas na nossa "cegueira" que apesar de conseguir observar, quase nunca Vemos.
É preciso ver para além das imagens do filme ou das palavras do livro. ADOREI o filme!
Um resumo para quem ainda não viu:

"O romance aborda a emergência de uma inédita praga de uma repentina cegueira abatendo uma cidade não identificada, inexplicável e incurável. Tal "cegueira branca" — assim nomeada pois as pessoas infectadas percebem em seus olhos nada mais que uma superfície leitosa — manifesta-se primeiramente em um homem sentado no trânsito e, lentamente, se espalha pelo país. Aos poucos, todos acabam cegos e reduzidos, pela obscuridade, a meros seres lutando por seus instintos. À medida que os afectados pela epidemia são colocados em quarentena, em condições desumanas, e os serviços estatais começam a falhar, a trama segue a mulher de um médico, a única pessoa que não é afectada pela doença que cega todos os outros.
O romance nos mostra o desmoronar completo da sociedade que, por causa da cegueira, perde tudo aquilo que considera como civilização e, (tal como em
A Peste, de Albert Camus) mais que comentar as facetas básicas da natureza humana à medida que elas emergem numa crise de epidemia, Ensaio sobre a cegueira mostra a profunda humanidade dos que são obrigados a confiar uns nos outros quando os seus sentidos físicos os deixam. O brilho branco da cegueira ilumina as percepções das personagens principais, e a história torna-se não só um registro da sobrevivência física das multidões cegas, mas também das suas vidas espirituais e da dignidade que tentam manter. Mais do que olhar, importa reparar no outro. Só dessa forma o homem se humaniza novamente.
Na contracapa: "Se puderes olhar, vê. Se podes ver, repara.", citado do "Livro dos conselhos", de El-Rei Dom Duarte."