segunda-feira, 11 de abril de 2011

Chega só amor?

Quando o amor acontece não é necessário ou essencial que essas duas pessoas sejam iguais, que tenham gostos em comum ou mesmo os ideais, é necessário que partilhem daquilo que é mais importante, o amor.
Há uns anos atrás se me perguntassem isto, de certeza que ia dizer que só isto bastava (o amor) e bibibi mas agora vejo que temos ter mais em comum do que somente amor.

Não conseguimos (ou talvez sim) viver a nossa vida toda a ceder ou a anular-nos só por causa da intolerância/egoísmo do outro em fazer prevalecer a sua vontade em detrimento do vontade do outro.
Se calhar são capazes de me dizer que isto é amar e que o amor faz com que tudo seja vencido, mesmo que se trate da nossa própria vontade... eu não acho.
Acho que se por ventura, pela chama do amor alguém aceita esta anulação, com o tempo só se pensará que algo falta...

Em conversa com uma amiga, esta confessava-me que queria muito ser mãe, mas ele é irredutível, que não quer, que é cedo que quer vencer o mundo primeiro.

E ela vê o tempo a passar e a pensar que está a ceder por amor, que ele eventualmente irá mudar de ideias e compartilhar de uma paixão que acompanha o seu coração.
Não é capaz de "negociar" com ela, de tentar chegar a "bom porto" a "um dia, um tempo" mais certo.
Para mim, isto é egoísmo, é um amor egocêntrico.
E se nunca conquistar o mundo? E se nunca mais na vida quiser ser pai (nada contra se for de mútuo acordo)?

Não sei se conseguiria viver somente o mundo dele, anular as minhas vontades e esperar... mas se calhar, isso sou eu, que acho que devemos viver tudo a dois.
Numa relação temos de ceder, temos saber aceitar quando muitas vezes queremos dizer que não quero, mas isto é para os dois lados.
Gosto muito de viver a dois, agora a três mas todos temos vontades e uma vida para viver, e ela é tão curta...