sexta-feira, 14 de outubro de 2011

"já não é austeridade, é brutalidade"

Ora leiam, que esta mulher escreve que é uma categoria.

"eu compreendi tudo.
o governo é exactamente como os meus chefes. esbanjou o dinheiro quando o tinha e culpa os trabalhadores quando não o tem. meteu ao bolso sempre que possível e retira do bolso porque quer, pode e manda. tudo isto com as suas raquetes de ténis na mochila e o saco do ginásio na mala do carro. por vezes até areia nos pés. e isto não é ficção.

eu compreendi tudo.
porque sempre que sugeri uma formação, paga por mim mas com necessidade de sair uma a duas horas mais cedo, a resposta foram sorrisos, como se estivesse a sugerir ir ali para a Foz, sentar-me numa esplanada. "isso não é produtivo". quando deu jeito, criou-se uma formação fictícia, que teve como resultado mais 3 horas de trabalho diárias e aprendizagem zero. parece que o objectivo era a empresa receber apoios à formação.

eu compreendi tudo. eu, ex-Geração Rasca, também denominada Geração 1000 euros, comecei a trabalhar aqui em 2003, com um estágio profissional e salário equivalente a 2 salários mínimos nacionais, da altura. ao assinar contrato, "os tempos estavam difíceis" e por isso vi o meu salário reduzir "para o possível". hoje, 2011, ainda não cheguei ao valor de 2003. muito menos aos 1000 euros.

eu compreendi tudo.
porque sempre me exigiram tudo. porque os meus chefes, como o Governo, querem trabalho qualificado, pagar por isso é que é um bocadinho aborrecido. portanto, a partir da "segurança e sorte que é" ter um emprego, fizeram e decidiram a seu belo prazer.

talvez hoje tenha aprendido mesmo tudo.
a gestão de sucessivos governos tem sido igual à do escritório onde trabalho: nula. pensa-se ganhar e ter lucro para, no segundo a seguir, se gastar o que se tem (e não tem).
estamos juntos quando dá jeito, ao mínimo problema é o salve-se quem puder.
"