Sempre disse que gostaria de ter uma família composta, nunca achei muita piada a filhos únicos. Se calhar simplesmente porque nunca soube o que era ser filho único. A nossa casa sempre esteve cheia de gente, de barulho e de muita confusão. Ainda hoje quando nos juntamos mais parece dia feira do que outra coisa. Adoro!
A casa cheia e a confusão instalada para mim é sinal de alegria, não trocava isso por nada.
Nunca fui de fazer planos e dizer que iria ter o primeiro filho na X idade ou iria ser avó daqui a 20 anos, sempre achei que a vida vai-se desenrolando e vamos fazendo as coisas acontecer na altura própria (ou não).
Mas sempre tive a convicção de que não queria ter um só filho. Não queria uma casa de três, queria uma casa cheia como sempre tive o prazer de ter...
Nunca me interessei se seriam filhos biológicos ou adoptados, para mim são filhos e ponto final. A vida proporcionou-me que a maternidade "do lado biológico da coisa", fosse a minha primeira etapa, nem sempre fácil mas simplesmente uma experiência única.
E chego a esta altura do campeonato e só consigo pensar que não sei se terei o segundo filho... a cada dia que passa mais claro fica na minha cabeça que não sei se vou ter a família grande como sempre sonhei...
A vida está demasiadamente incerta, a conjuntura económica ainda pior. Estou num país que não quer saber do futuro deles e muito menos do nosso futuro. É assustador.
Neste momento só posso "agradecer" ao nosso governo por ser a "pílula anticoncepcional" lá em casa pois a cada aparição só consigo pensar que "este futuro está sem futuro à vista".