sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Home Sweet Office


Nos dias que correm, conhecer alguém que tem um bom emprego é encarado como algo raro e precioso. De facto, ter um emprego nos dias de hoje é um privilégio mas não deveria ser... deveria ser um direito de cada um. 
Todos deviam ter a oportunidade de ganhar o seu salário e pagar as suas contas. 
Infelizmente cada vez menos a palavra direitos consta do dicionário laboral pois é completamente aglutinada pelos deveres que se tornam em prioridades obrigatórias nas vidas de quem trabalha. 
Horários cada vez mais extensos e ordenados cada vez mais pequenos. Exigências de uma entrega total ao seu trabalho e muitos dos casos com palavras cada vez mais agrestes ao final do dia.

Neste mercado laboral selvagem encontramos pedidos de estagiários durante 6 meses ou mais a trabalhar por uma refeição na empresa. 
Não consigo compreender este completo desrespeito pelo ser humano. Pelo seu trabalho, pela pessoa que estão a empregar ou direi melhor a explorar? Não interessa se têm experiência ou não, ou se são novos de idade são pessoas e ponto final. Que respiram que têm família e uma vida por trás daquele rosto. Como se pode dormir à noite na almofada tranquilamente quando se "emprega" alguém por uma refeição ou mesmo por nada como há dias me disseram em conversa. Não compreendo!
Com toda a certeza que deveria ter nascido nórdica. Este "não interessa os meios para atingir os fins" dá-me urticária. 

E depois, no fim de contas quem sente realmente a nossa falta, quem chorará por nós serão aqueles que muitas vezes são sacrificados em nome dessa entrega total ao trabalho. Nem 8 nem 80! 
Quando lá estamos temos a obrigação de dar o melhor de nós mas nunca se esqueçam de viver a verdadeira vida que é fora dessas quatro paredes. No dia que se segue o nosso lugar é ocupado por outro e tornamo-nos numa simples memória. A família, essa, fica com a saudade para sempre.
Nunca se esqueçam!