Não me lembro em que ano vi uma reportagem que passou no telejornal sobre uma rapariga que tinha sido queimada na face com ácido pelo namorado.
Sei que já foi há uns valentes anos mas foi um testemunho que me marcou pois nunca mais esqueci a vontade de viver que essa rapariga demonstrou naqueles minutos de reportagem.
Lembro-me perfeitamente de ela dizer que adorava conduzir e ao som desta música. Não aprecio particularmente a música (é mais uma) mas desde essa reportagem tomou um significado diferente.
Sempre que a ouço no rádio lembro-me dela, dessa rapariga que nunca vi e que não sei o nome mas sei que foi brutalmente agredida por um namorado que não tinha o direito de lhe fazer o que fez e sujeita-la a um sofrimento sem fim.
Que raio de Amor dizem estas pessoas sentir? Amor que faz maltratar o outro? Isto não é Amor, nunca! Não consigo definir isto mas sei que não é Amor. Ninguém tem direito de tirar a vida a outro ou provocar tanto sofrimento. E se assim é, isso não é Amor é uma doença com toda a certeza.
Mas da rapariga retive a enorme vontade de viver o após daquele pesadelo, de agarrar a vida com toda a força e fazer com que valha a pena tudo o que aprendeu.
Não sei como está, se mudou, se caiu mas sei que esta música me fará sempre lembrar aquela força de viver.