Nunca fui de planear a minha vida.
Planear no sentido de aos 5 anos ter uma ideia do que queria ser quando fosse crescida ou aos 10 anos já ter a certeza do curso que queria tirar, lá para a idade adulta. Nada disso, fui passando cada fase e fazendo as minhas escolhas consoante o que pensava e o que achava mais certo na altura.
Não fui daquelas que sempre souberam que queriam ser mães. Nunca tive aquele chamamento que tanto falam as mulheres. Simplesmente deixei a vida correr, sem stresses! O que teria de acontecer, iria acontecer.
Foi uma decisão a dois, não me lembro do momento, mas foi em total consonância.
Ninguém nos prepara para ser mães!
Ninguém consegue explicar a magnitude e a tempestade de sentimentos que se irá tornar a nossa vida.
Ninguém está preparada para ser mãe. A verdade é que podemos ler livros, podemos analisar exemplos, podemos até fazer teses de doutoramente mas quando chega a nossa vez, tudo é novo.
Cada caso é um caso. Cada criança é uma criança.
Ninguém nos ensina a lidar com a roleta russa de sentimentos ou com o que a vida nos reserva.
Ninguém está preparado para enfrentar uma doença num filho.
Vamos aprendendo a cada dia a ser Mãe! Nem sempre da maneira mais fácil ou da maneira mais eficaz mas aprendemos a viver com o coração fora do peito. Descobrimos que afinal o Amor consegue ser ainda maior do que aquele que já tinhamos vivido. Um Amor diferente, um amor incondicional que pode entristecer mas nunca morrer.
Descobrimos que uma força que nunca imaginamos estar cá dentro, pronta a ser usada em tempos dificeis e aprendemos a relativizar a vida.
Aprendemos que temos de ser fortes por nós mas especialmente por eles, afinal somos a Mãe. Aquela que os protege "no matter what".
Ninguém nos ensina isto, aprendemos pois somos Mães. Crescemos mais do que em toda a fase de crescimento corporal, somos mães, amadurecemos e vemos a vida com outros olhos.
É fácil? Eu acho que não! É muito dificil, sinceramente.
Compensador? Imensamente. Um abraço e um beijo fazem melhor ao coração que uma massagem cardiaca.
Conseguiamos viver de outra maneira, agora? Não consigo sequer imaginar. Afinal, agora eu sou MÃE!