quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Adeus...


 
Não gosto da palavra Adeus, lembra-me sempre a partida de alguém deste mundo e são raras as vezes que a uso ou gosto de usar, gosto bem mais de um "até logo".
Eu tenho a noção que isto de morte nada tem haver com a idade e que infelizmente cada vez mais morrem jovens e pessoas demasiadamente novas. A verdade é que o tempo vai passando e começo a fazer aquilo que há 10 anos não acontecia tão frequentemente, ir a funerais. Não há pior coisa que ir a funerais para mim. São momentos pesados, carregados de sentimentos tristes e isso põe-me em baixo.
Aquele momento que sepultam o caixão para mim é devastador...
Quando fui ao funeral do avô da Artzinha, o cenário não podia ter sido mais marcante, chovia torrencialmente o céu vestiu-se de negro, os sinos repicavam e se foi na minha mente ou não mas para mim trovejou naquele momento. Arrepio-me só de pensar!
 
Nunca tive a sorte de conhecer os meus avós em vida, ou melhor a lembrança que tenho da minha avó paterna em vida é mesmo muito vaga. Eu era demasiadamente nova para entender e no fundo ela demasiadamente afastada de mim para poder sentir a sua perda verdadeiramente.
Ao longo da vida fui adoptando os avós dos primos e mais tarde do marido. Claro que não será a mesma coisa mas adoptamos as pessoas como sendo da nossa família e partilhamos a vida com elas. Adorava a bisneta (à maneira dela) a minha Sabrininhas. Vidas diferentes e feitios moldados por essa vida que foi difícil e cheia de obstáculos.
Ela chamava-me neta e só isso para mim já me aquecia o coração. Infelizmente partiu e agora fica aquele vazio parvo na vida. Detesto este fim da linha, este vazio.
É guardar as boas recordações no coração e na mente e desejar que descanse em paz, lá onde quer que esteja...