domingo, 1 de fevereiro de 2015

O lado bom da Blogosfera

Se há coisa que sinto falta do tempo que comecei o blog, é que tinha mais tempo para ler blogs. 
Se calhar haviam menos e eu gostava da novidade da coisa. Conheci gente tão boa que partilha(va) sabedoria e vivências com as quais me passei a identificar e sempre que posso vou lá ao blog. Dou um Olá, aqui e ali, e as pessoas eram de facto afáveis umas com as outras. Escrevia daqui para aí com a certeza que liam e mesmo se não concordassem faziam-no correctamente. Sem insultos, sem agressões mas isso foi há 7 anos atrás, muito muda e a educação igualmente (ou a falta dela).
Comentava mais, é verdade! Tinha mesmo muito mais tempo mas agora mesmo em silêncio passo aqui ou ali (no meu smartphone) enquanto espero por este ou aquele ... 
Mas adoro descobrir novos cantinhos que escrevem o que pensam e como pensam! Nunca fui muito dada a pensar como as massas, a seguir "as regras". Hoje escrevo menos sobre isso pois nem sempre consigo ter tempo para transferir para as palavras pensamentos emaranhados que esta cabeça tem lá dentro. Mas quem me conhece sabe que digo o que penso e sou como sou e quem não gosta que coloque na beira do prato. 
Deste texto abaixo que a Maria Rita partilhou no seu blog sendo o original do Blog Um Atraso de Vida , faço muitas coisas mas adorei o conceito e como foi escrito. 

"É suposto que goste do bairro alto. Da comida vegetariana. Do sushi. Que medite. Que use Báton vermelho. Que me encante o filme pseudointelectual e que a minha filha seja estimulada até ao tutano com aulas de ballet, musica, de hipismo, de canto e hip hop. É suposto que não fume e que beba q.b. sem excessos vergonhosos. Que a idade não se mostre. Que tenha uma casa com peças do siza vieira e quadros com um risco no meio. Que seja minimalista, de preferência. Que passe férias lá fora ou se forem cá dentro, que vá para a comporta. Que deteste pezinhos de coentrada e que não me ria alto. Demasiado alto. Jamais assuma que ouço a M80, mas que me esparramo numa alternativa Radar sem nunca assumir que me embalo com música foleira. É suposto ter seguro de saúde, empregada doméstica, um cão ou gato ou ambos e, de permeio, um coelho anão. Um bom carro cai sempre bem e a roupa da zara seja mascarada com uma mala de marca e uns sapatos Made In. É suposto não mostrar os cabelos brancos que segundo percebi, não mostram o carácter de quem assume a idade, mas denuda a desleixada. É suposto ter os filhos em bons colégios, em ATL’s espetaculares onde se gasta o que não se tem, mesmo que não se saiba quais os programas educativos da escola ou os resultados. É suposto esconder-se que se vai ao cabeleireiro de bairro. À tasca da esquina a não ser que tenha saído na time Out três vezes. É suposto ter um Iphone, um Ipad, um Ipod e de preferência andar com tudo atrás e mostrar, ou esconder se não for de uma marca da moda. É suposto não se mostrar que se tem dificuldades, que por vezes somos infelizes, que a tristeza também mora aqui. É suposto dizermos a todos os que colocam fotos novas, velhas, bonitas ou feias no Facebook que está lindo/a seguido de rasgados elogios. É suposto dizer-se que já se leu os clássicos, mesmo que ler não seja a nossa praia. É suposto correr, fazer jogging mas com estilo, nunca de roupa feia e deslavada. Faz-se com calças nike misturadas com um t-shirt adidas e umas cuecas fio dental, como se a coisa não incomodasse. É suposto não se viver segundo o que se é, o que se gosta porque no meio de tanta coisa, já ninguém sabe quem verdadeiramente é. "

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