Não considero que tenho muitos amigos, tenho exactamente os essenciais para que a minha vida seja um prazer viver.
Em todas as fases de estudante eu trouxe comigo meia dúzia (ou menos) de amigos para a vida. Uma delas acompanha-me desde a Primária e outras da secundária e aquelas que me acompanharam pela maluqueira que foi a vida académica. Recordo todas as fases com um carinho especial. São pessoas que continuam especiais até hoje, independentemente das nossas vidas terem seguido rumos diferentes. E depois tem aquelas que ficam pelo caminho, que a vida nos prova que afinal era uma amizade efémera e iria ficar naquele período da nossa vida. É a vida, dizem... mas as que estão comigo, valem por todas as que se perderam no caminho.
Uma vez esta minha amiga disse-me: "Sav, Portugal é muito pequeno para mim" e eu lá no fundo sabia que ela tinha toda a razão. Ela era "grande" demais para cá. E a vida provou que uma grande mulher é aquela que acredita, que luta e tem uma coragem de leoa!
Uma vida que dava um livro, desde pequena. Uma vida difícil, muito difícil mas uma recompensa maior que o mundo estava à espera dela, o sucesso! Nada lhe foi dado, tudo foi conquistado com força e massa cinzenta. É a pessoa mais simples que eu conheço mas também a maior. E sinto tanto orgulho nela, muito! Como se fosse eu, confesso.
E quando ela me disse que ia casar com aquele que aos 19 anos (ou assim) olhou para ela e viu aquilo que muitos Homens não conseguiram ver (a grande mulher que ela é/era), eu não podia recusar este convite. Não casou cá, nem onde morava mas sim onde está neste momento. Grande maluca!
Arrumamos as malas e só podíamos ir testemunhar a união deste grande amor. Resistiu a ausências, a projectos de vida mas eles pertencem juntos, sei que sim!
A nossa Amizade é grande muito grande!
Não foi lá muito justo da parte dela casar ali pois o mercado do mulherio na Polónia é muito potente! As mulheres são umas estampas mas enfiei na mala o outfit de festa e fomos celebrar o casamento à Polónia.
Aventuras? Imensas, claro! Não fosse eu a Sav Maria.
Acreditam que andei a fazer uma visita guiada à cidade vestida de festa em cima de uns saltos altos vermelhos e clutch debaixo do braço? E o chão?
Ai o chão, senhores! Lembra a calçada portuguesa polida até ao tutano em quadrados 20*20. Se não parti uma perna em cima de saltos, a probabilidade de acontecer, desceu drasticamente.
Quando após estar um dia inteiro em cima daquelas belezas vermelhas e preste a desistir, ela disse-me: "Sav Maria, se elas (as polacas) conseguem tu também consegues!"
E pronto! Caminhei, corri, dancei em cima dos saltos. Sofri mas sempre fantástica!
Não, não levei nenhumas sabrinas na clutch, só mesmo a minha Sabrininhas Vermelhas que parecia estar ligada à corrente eléctrica de tanta alegria e excitação por estar ali. Sim é minha filha e basta ♥
O ponto alto da noite, foi sem dúvida alguma quando três malucas se apoderaram da pista a dançar as Amarguinhas. Confesso que aí os saltos ficaram debaixo da mesa. Só de pensar que todos estavam a olhar para nós até coro. A verdade é que voltamos a ser aquelas miúdas de 20 anos que adoravam dançar juntas.