Aos vinte anos não olhava para a vida como olho para ela agora aos 30 e muitos. A minha noção de felicidade era tão diferente e nem sequer pensava na questão saúde. Acho que nunca pensei muito nesse assunto, se viveria muito ou pouco ou se os meus estariam bem de saúde. Nunca pensei pois sei que nunca precisei, sou uma felizarda pois sempre tive a benção dos meus (e eu) terem sempre saúde mas aos vinte, não sabia disso... não valorizava isso como o faço agora...
Quando digo que devemos viver dia a dia, fazer o que temos de fazer agora e não lá para o futuro, não são teorias de terapia para a felicidade. De facto, isto é simplesmente encarar a vida como uma prenda e cada dia que passamos nela é uma benção.
Detesto a palavra cancro e tudo aquilo que ela representa e apesar de não gostar de pensar nela, infelizmente cada vez vejo mais pessoas jovens sofrem desta doença. Há esperança, claro que sim mas também há muitos insucessos, muitas perdas de pessoas que deveriam ver os filhos a crescer e ter a oportunidade de envelhecer.
Envelhecer, hoje em dia, é um Luxo. Conseguir chegar à velhice e ver os filhos a se reproduzirem e criar os netos. Não consigo neste momento imaginar maior sorte que esta nos dias que correm... envelhecer!
Não sei se vou viver o suficiente para lá chegar, para ver o que será do mundo daqui a 30 ou 40 anos mas sei que quando cá estiver tenho de viver a 1.000.
Tenho de abraçar muito os meus e agradecer todos os dias pela oportunidade que tiveram de envelhecer e de me terem deixado dar alegria de terem uma neta para abraçarem e os fazerem babar todos os dias.
Não deixem para amanhã, o que podem fazer hoje. Esta frase nunca fez tanto sentido para mim.