terça-feira, 6 de junho de 2017

A saga de uma preguiçosa assumida #14


Acho que aos 39 anos, finalmente encontrei o que realmente gosto no ginásio, Pilates. Estão a ver a máxima "um mal menor"? É mais ou menos isto, se tenho de fazer alguma que seja Pilates que me estica toda e faz eu saber que ainda existem uns tantos músculos perdidos neste corpo. Não tenho muita dificuldade em fazer os exercícios, claro que no fim já estou a rezar para que a aule termine. Pode parecer que não mas isto de ter resistência, tem alguma arte e o seu grau de dificuldade. 

O meu problema é mesmo a "cena" da coordenação. Eu até tenho a minha auto estima num bom grau, é do tipo: se os outros não gostam, temos pena pois eu também não gostaria de ser como eles.  Mas quando toca no campo da coordenação, eu sou arrasada por qualquer ser que consiga coordenar os membros em sentidos opostos.  Vamos lá ver, por vezes precisamos de coordenar pés com mãos ou ombros com braços e cabeça e sei lá mais o quê... não consigo! Estão a ver uma abelha  a voar depois de beber uma garrafa de Casal Garcia? Deve ser o cenário mais aproximado que consigo imaginar... 

É uma pena, tão nova e não consegue coordenar os membros, é o que penso todas as vezes que tento educar o cérebro para fazer os exercícios correctamente. E consigo, uma parte das vezes, mas o nível de concentração tem de ser tão alto que temo deitar fumo da cabeça.  Muito me irrita isto. Acho que tenho de me aceitar como sou. Desde novinha que coreografias nunca foram o meu forte. Gostava eu de ser como as moças que fazem Zumba que parecem estar a fazer uma "Flash Mob" em cada aula. Nunca fui para uma aula de aeróbica ou Zumba pois o nível de humilhação seria talvez demasiado para mim. Acho que nem o Cifrão me punha a dançar uma coreografia correctamente. Cada um é para o que nasce e isto de dançar e coordenar os membros, não é "pa nóis". 
Quando estiver acima dos meus 60, se calhar já consigo desculpar a coisa com a "cena da idade" mas a esta altura do campeonato acho que tenho de continuar a disfarçar a coisa. Fazer de conta que ouvi mal, ou que o cansaço está assolar os membros. Pode ser que disfarce.